Há dois anos, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) viaja pelo Brasil se preparando para uma possível candidatura à presidência do Brasil. “Havendo oportunidade de eu pleitear vaga no meu partido, serei candidato. Não estou fazendo campanha. Estou fazendo uma sondagem, um grande movimento pelo Brasil para ver os problemas e onde poderemos buscar possíveis soluções, porque eu não consigo entender que em um país tão rico e maravilhoso como esse vivendo na atual situação de caos, econômico, moral e social”, disse.
Para ser candidato à Presidência, o parlamentar precisa decidir se continua ou não filiado ao Partido Social Cristão (PSC). “Hoje estamos na mesma casa, mas dormindo em camas separadas”, disse. Ele já estuda convites de outros partidos. “Com a nova lei de cláusula de barreira, está havendo uma grande movimentação em Brasília. Política é igual a um time de futebol: todo mundo quer reforçar seu time para o campeonato de 2018, e eu sou o Neymar da política no momento, com toda a modéstia”, afirmou.
Bolsonaro disse que o recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se espelhou no político brasileiro. “Ele que se estimulou em mim, afinal de contas, eu já sofro os mesmos ataques que ele sofreu, de ser chamado de homofóbico, racista, fascista, machista há mais de dois anos aqui, no Brasil. Ele conseguiu vencer tudo isso. Eu sempre disse que, se eu fosse cidadão americano, eu votaria no Trump porque a Hilary [Clinton] nada mais é do que uma Dilma [Rousseff] que fala inglês”, comentou.
Sobre o governo de Michel Temer, o deputado comentou que a grande preocupação do PMDB é se sustentar no poder. “Esta aí a Operação Lava Jato fazendo estrago em tudo quanto é lugar. Hoje foi preso o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, maior expoente do partido do meu Estado. E isso ameaça chegar a muitos figurões do atual governo”, relatou. “No meu entender, Temer foi muito importante para o afastamento de Dilma Rousseff porque tão ou mais grave que a corrupção nós tínhamos antes o problema de ideologia no Brasil”, acrescentou. (V.V)
Parlamentar se reúne com agentes de Segurança Pública
Cerca de cem policiais militares e civis e agentes penitenciários se reuniram na tarde de ontem, 17, no auditório do Hotel Aipana, com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A pauta era segurança pública. “Quando todas as políticas dão errado, ela estoura no colo do policial”, disse o parlamentar no início de seu discurso.
Ele lembrou que o Rio de Janeiro talvez seja hoje o Estado mais violento do país, onde em médias três policiais são executados por semana. “Isso é um genocídio. E por que isso? Basicamente por causa da equivocada política de direitos humanos que temos no Brasil, em que há diferença entre a vida de um policial, um cidadão de bem e de um marginal”, afirmou.
Perguntado sobre o controle das fronteiras brasileiras, Bolsonaro fez uma comparação com a faixa de fronteira dos Estados Unidos. “Eles, que têm 3 mil quilômetros de fronteira com o México, e não conseguem selar, mesmo com todo o armamento que têm, imagina nós, no Brasil, que temos 17 mil quilômetros de fronteira”, explicou.
Citou que, em 2014, a então presidente Dilma Rousseff fez um acordo com a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) “abrindo a fronteira aérea para todos os países da América do Sul, entre outras medidas”. “As consequências são a conta-gotas, mas agora o copo está cheio. Temos que fazer o possível para preservar a fronteira”.
Para ele, a tendência é que a violência aumente no Brasil. “Há uma campanha maciça contra a Polícia Militar. Por qualquer motivo se prende policial. Não sei se já chegou aqui a figura da audiência de custódia, em que juiz bota em liberdade o bandido e acaba processando o policial. Tem que ser o contrário”, frisou.
VENEZUELANOS – Sobre a imigração de venezuelanos para Roraima, Bolsonaro disse que não tem solução para o problema. “Eu sabia dessa situação há algum tempo. Farei contato para buscar uma maneira de a gente ver se pode colaborar para diminuir o problema. Mas não podemos fechar a fronteira. Se fizermos isso, aquele brasileiro que faz o contrabando de combustível vai vir para cá porque está desempregado”. (V.V)